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Penteado afro é tema de workshop

| em: 25/10/2010

Penteado afro é tema de workshop

Trança de raiz, zigue-zague, de lado, em forma de florzinha... Os vários tipos de penteado afro são tema do workshop coordenado pelo projeto Pixaim, da Central Única das Favelas de Mato Grosso (Cufa/MT). A idéia é estimular o empreendedorismo valorizando a negritude feminina. “Há vários tipos de penteados para casamentos, formaturas, para o dia a dia, do mais simples aos mais complicados. Isso valoriza as características da mulher negra brasileira e dá mais opções para quem tem cabelos crespos e quer mudar o visual”, diz Tatiana Amorim, que ministrou o curso para 41 cabeleireiras.

Como a proposta do workshop é apresentar as possíveis formas de tranças especiais para cabelos crespos, uma série de penteados “comerciais”, ou seja, que podem ser vendidos nos salões de beleza, foram explicados passo a passo. “Sempre quis aprender como armar uma trança”, diz a cabeleireira Maria Oliveira, 39, ao explicar porque optou pelo workshop de tranças afro. “Nunca fui a favor de alisar cabelos crespos, aqui aprendi como fazer tranças bonitas para minhas clientes”, complementa.

Para Karina Santiago, coordenadora de projetos da Cufa/MT, as cabeleireiras são formadoras de opinião em potencial. “Quando uma mulher negra chega ao salão com o intuito de mudar seu cabelo, alisar ou colorir, é uma boa oportunidade para apresentar a elas novas possibilidades que priorize a sua estética negra e suas características”, conta. Além do workshop, na feira comercial há disponíveis vários produtos para cabelos crespos que acentuam os cacheados. A entrada custa R$8.

Ao final, um desfile com os principais penteados apresentados foi realizado. A jornalista e autora do livro “Cabelo Ruim?”, Neuza Baptista, explica o porquê da oficina que ensina tranças afro. “O conceito do workshop não era só ensinar às cabeleireiras a como fazer tranças, e sim, mostrar que os padrões de beleza também estão do lado das garotas negras. Não é necessário alisar o cabelo” diz Neuza, que também é coordenadora do projeto Pixaim.

O Pixaim é um projeto com um pouco mais de 1 ano e meio e tem por objetivo discutir os padrões estéticos já estabelecidos em relação com as características da estética negra. Oferece capacitação profissional por meio de uma atividade que prioriza a valorização da cultura africana. Além das oficinas, o projeto inclui ações nas áreas de comunicação, cultura, leitura e estética. É coordenado pelo Núcleo Maria Maria, da Cufa.

Mais informações no www.projetopixaim.blogspot.com